A perfeição é o destino de todos nós. Todos temos como único objetivo o progresso, tanto o material, intelectual quanto o espiritual. Jesus nos ensinou que o progresso ocorre com a observância das Leis Morais e uma destas leis é a de Justiça, Amor e Caridade. Quando se estuda o homem de bem o Evangelho Segundo o Espiritismo nos diz: “O verdadeiro homem de bem é aquele que pratica a lei de justiça, de amor e de caridade em sua maior pureza. Se interroga a consciência sobre os seus próprios atos, pergunta a si mesmo se não violou essa lei; se não fez o mal e se fez todo o bem que podia; se negligenciou voluntariamente uma ocasião de ser útil; se ninguém tem o que reclamar dele; enfim, se fez a outrem tudo o que quereria que se fizesse para com ele”. Vê-se que a observância desta lei é importante para o nosso progresso, por esta razão, é de grande valia estudá-la um pouco mais e sobretudo coloca-la em prática. Inicialmente, estudaremos a justiça e os direitos naturais, abordados nas questões 873 a 879 de o Livro dos Espíritos. Para sermos justos, necessitamos saber o que é justiça. Justiça, segundo o dicionário Aurélio é a conformidade com o direito; a virtude de dar a cada um aquilo que é seu. É a faculdade de julgar segundo o direito e melhor consciência. E o mesmo dicionário também define direito, como aquilo que é justo, reto e conforme à lei. Percebe-se que segundo a definição dos homens, justiça é a aplicação das leis humanas. Mas será que estas leis são justas? São legais por serem leis emanadas de um ente público competente, porém, justas, veremos .... O Livro dos Espíritos define justiça, na questão 875 – a justiça consiste no respeito aos direitos de cada um. Vemos que a palavra direito também é utilizada pelos espíritos na definição de justiça, porém, o direito estabelecido neste conceito é muito mais abrangente que o aplicado pelos homens. Assim, para sermos justos devemos respeitar os direitos de nossos semelhantes. E quais são esses direitos? Quem os estabelecem? Os próprios espíritos respondem: esses direitos são determinados por duas coisas: a lei humana e a lei natural. A lei humana, é importante para regular a nossa vida em sociedade e respeita-la é necessário para vivermos organizados e em harmonia. Ocorre que os homens fazem as leis segundos os seus costumes, suas necessidades e não é mistério para ninguém, que inúmeros atos, atitudes não são reguladas por estas leis e muitos outros sofrem alteração segundo o progresso da sociedade. Ora, por estes fatos já percebemos que a lei humana é falha, ou seja, ela é apropriada para o seu tempo, mas tem que sofrer inúmeras modificações segundo o progresso ou necessidade da sociedade. Desta forma, a idéia de justiça, que está ligada a ela, também passa por estas transformações, isto é, o que é justo em uma época não o é em outra. Aliás, os espíritos já nos disseram, que: “O direito estabelecido pelos homens, portanto, não está sempre conforme a justiça”. Q. 875 de OLE. Vimos que para sermos justos, temos que respeitar os direitos de nossos semelhantes estabelecidos pela lei humana, todavia, devemos também, e sobretudo respeitar os direitos estabelecidos pela lei natural. E quais são os direitos previstos pela lei natural? Esses direitos já nos foram revelados há séculos, porém, como somos ligeiramente distraídos, os espíritos nos relembraram: “O Cristo vo-la deu: Desejar para os outros o que quereríeis para vós mesmos. (...) Na incerteza do que deve fazer em relação ao seu semelhante em uma dada circunstância, o homem se pergunta como ele desejaria que se fizesse para com ele em circunstância semelhante: Deus não poderia lhe dar um guia mais seguro do que a sua própria consciência” Q. 876 de OLE. Se antes de agirmos, passarmos os nossos atos, atitudes por este crivo, e analisarmos se estamos respeitando os direitos de nossos semelhantes, se estamos agindo conforme as leis divinas e se tivermos forças para mudarmos ao perceber que determinado ato está infringindo estas leis, seremos homens a caminho do bem. Por fim, vale lembrar o conselho de Santo Agostinho, deixado na questão 919 de O Livro dos espíritos e tentarmos conhecermo-nos a nós mesmos, analisando, todos os dias os nossos atos, atitudes e verificarmos se em algum momento deixamos faltar com o nosso dever, se fizemos mal para alguém ou se não fizemos todo o bem que poderíamos ter feito. Clarice Cristina de Oliveira Araçatuba/SP
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